7 de set. de 2011

Museu no feriado






Você vai ao museu, afinal é feriado, a entrada é gratuita e há uma exposição interessante além do acervo. Você sai de casa. Achando que o dia está lindo. “Podia estar só um pouquinho mais fresco”, mas ainda assim, você se sente uma cidadã do planeta. Daí você caminha lentamente pelo museu, olha tudo que pode, fotografa tudo que pode (pensando em fazer um post... que é mais um ode). 
Entusiasticamente vê a beleza desta metrópole, os contrastes coloridos, tudo tão único e tão belamente universal. 

A simpática moça da bilheteria disse que com esse ingresso (que foi gratuito por causa do feriado) você pode ver 3 exposições, uma do acervo, a outra do convidado e ir ao outro museu, logo ali... 10 minutos de caminhada. Você olha o céu, lindo, iluminado, as ruas quase vazias como em um filme.

Você começa a caminhada e 3 minutos depois percebe que está indo para uma rua ainda mais vazia e os poucos rostos são bem mesmo amigáveis. Dá aquela pontinha de insegurança paulistana, e você se diz “como sou neurótica”. Mas ainda assim, dá meia volta, vai pegar o carro, pagar o “flanelinha” que tem preço de “R$ 5,00 hoje... afinal é feriado... tá mais barato”. Mas dá com os ombros e pensa “é assim a cidade”, lembrando do café que tomou no terraço da Pinacoteca até “se sentindo”.  



Daí da janela do carro, olha para o lado e vê a menos de 200 metros do museu, logo depois da curva, pessoas no chão contra uma cerca de tela de metal, cercando um terreno com um prédio em demolição ao fundo, moradores de rua. E lembra da amiga Walkyria que diz que “São Paulo é como o mundo todo”, que você está andando numa rua e pronto, parece Paris, vira outra e olha só... um gueto de ciganos na Romênia.  

Como a amiga tem um blog sobre, você saca a camerazinha da bolsa e da direção mesmo do carro, aproveitando o farol fechado, começa a clicar freneticamente. De repente você ouve um grito lá de fora “não olha pra ela que ela tá tirando foto”. Você leva um minutinho para entender. Olha pro lado e do nada “BAM”, uma pedrada seca na lataria do carro. Primeiro a indignação e a falta de credulidade, que  no máximo em um segundo vira pânico.Fecha o vidro urgente. O farol não abre, tem carro na frente, não dá pra passar!. O moleque pega outra pedra e atira. Você olhando para todos os lados. Essa passa raspando. Ele pega outra pedra no canteiro. O farol abre, você arranca sem lembrar do limite de velocidade e simplesmente foge para casa. O mais rápido possível. 

Pronto. Assim acabou. Você chega com medo outra vez. E jura que não sai mais de casa.

29 de ago. de 2011

Meu pai cozinhava. E muito bem.

Qualquer motivo era bom o suficiente para ter gente em casa e fazer uma comidinha.
Quando vejo um homem na cozinha (meus irmãos também cozinham) fico feliz,  certa de que a refeição vai ser deliciosa e farta... e “é festa!”.


Dentre as receitas do meu pai, algumas são as inesquecíveis. Sopa imperial e massas (qualquer uma, do capeletti ao talharim – massa, recheio e molho feitos pelo meu pai com a minha mãe de souschef) eram memoráveis sempre. Mas uma era imbatível. A alcachofra recheada. Normalmente as pessoas ficam surpresas ao ver o prato pronto. Não imaginam que possa ser tão bom! Além é claro de visualmente ser um show a parte.

De alguma forma, minhas memórias estão sempre ligadas a alguma comida, assim nasceu este blog, com memórias (antes que desvaneçam) e os pratos que acompanham os fatos.


É claro que haverá uma página especial, dedicada à receita de alcachofras. 


Vamos começar?

Obs.: A foto acima é minha...são as alcachofras já lavadas, costadas e abertas, prontinhas para rechear.